O Primeiro
Domingo, dia 30, o guarda prisional acordou R., o recluso, às 6:00 da manhã e disse-lhe que tinha ordem de "soltura".
Ele, o recluso R. contente com o anúncio da liberdade há muito esperada, arrumou os seus pertences, entre os quais a carta que lhe tinha sido entregue em mão numa das visitas, onde entre outras linhas que não se cansava de ler para não perder a esperança que sempre teve em recuperar a Vida normal, a Vida que tinha fora daquele lugar, mas sem esquemas, maroscas, burlas e contos do vigário que só lhe deram momentos efémeros de dinheiro no bolso.
"...quero que saibas que à muito que já conquistas-te um lugar bem grande na minha vida, dentro do meu coração, na nossa casa. E esse lugar foi, é, e ade de ser sempre o teu lugar. Com nós juntos...".
Passadas algumas horas, aparece outro guarda e diz-lhe afinal a malta enganou-se pá, ainda tens mais meses para cumprir, 14, acho...
Ontem, dia 31 de Dezembro, o dia a seguir, uma vez que houve tolerância de ponto, tal como no dia 24, não está ninguém responsável no EP que consiga esclarecer a situação. O imbróglio.
Hoje, dia 1, o primeiro do Ano, nem pensar.
Seguimos para amanhã, que também será dia. E entretanto setenta e duas horas terão passado. Três dias. Porreiro, pá!
2 comentários:
Pois. Não sei que diga. Ou melhor, sei o que não diga!
E assim se brinca com a vida das pessoas...
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