17/08/2010

Audiatur et altera pars

Tenho o hábito terrível que algumas decepções me traz de acreditar nas pessoas. Nas pessoas e coisas que nos rodeiam.
"O ser humano enquanto pessoa, invariavelmente bom, que somente a sociedade o consegue corromper". Isso e os fertilizantes adulterados e fora de validade.
Não posso queixar-me muito que nem sou dada a queixumes e na balança dos resultados, até ver, tem ganho o bom peso. Mas o mundo realmente é um T0 e fico genuinamente agastada com os giros do correio, a nível profissional. Abençoadas entregas pessoais, olhos nos olhos, que essas raramente mentem e enganam.
Poderia ser um eterno retorno, o voltar a ler e escrever estas histórias no meu Imenso. Como a expressão do "onde é que já vi este guião?". Mudamos as personagens, deixamos de escrever a lápis e a tinta passa a permanente para ver se agora não são cometidas atrocidades e argoladas maiores. De resto tudo se mantém.
Só que a mente humana tem tanto de mau como de bom com capacidade de memória em maior ou menor grau e mais cedo ou mais tarde, passaremos de caça a caçador. Bem sei, um dia é da caça outro do caçador...

É confuso? Nada disso. É direito. São direitos indisponíveis no seu pior momento. Porque de facto não há almoços grátis e anda meio mundo a tentar atropelar a outra metade. É a tese de Darwin no auge mas contada de forma menos sangrenta e com algumas flores. Palavra que eu queria, que queria mesmo, continuar a crer no estoicismo e trabalho por vezes inglório de ser, ser humano. No Direito, na Justiça. Não sou descrente, ainda acredito que vale a pena. Mas cada vez mais acredito no divino.

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