13/03/2009

Vai a 9 e sem travões

A L., enviou-me um conjunto de fotografias do Porto, tiradas em '79.

Nesse ano, uma pessoa era uma criança, ainda mais criança pronto, daquelas que usavam vestidos com favos e bordado inglês e que ficava delicidada, impávida, serena e delicidada, a olhar para os milhares de bocadinhos em que ficavam transformados os bibelots de cristal cá de casa, quando os atirava do alto das escadas.
Mas a malta reconhece muito bem essas imagens, quanto mais não seja, porque tem fotografias que alguém nessa altura as tirou. E este caminho? As vezes que o fiz! E os croissants que comi, numa casa de chá que ali havia, ao virar da esquina. Ainda me lembro do cheiro deles. E do mar, pois claro. Depois uma pessoa cresce e evolui tal qual os meios de transporte, as casas fecham, os hábitos mudam.
E a L. também se lembra. Mas ela nunca foi uma devoradora dos brilhinhos de cristal. Uma incompreendida, é o que eu sou.
Quis o destino, aliado eterno a uma tremenda preguiça em seguir na A1 para Coimbra, que a nossa opção de vida fizesse com que estes mesmos trilhos voltassem ao nosso encontro.
A diferença é que os fazíamos a pé e quase diariamente. Os croissants eram mais ao fundo...

4 comentários:

oculos disse...

Croissants... cheiro de mar...

Anónimo disse...

Jesus! Não conheci Porto dessa época e o que conheci foi rápido demais, mas... arrepiei-me com os cristais arremessados das escadas! Conheço um menino que faria isso, com certeza! :)))

Fer disse...

Conheço a rua e o local, não o "cheirinho".
Como recordo esse Porto!

Patricia Lousinha disse...

O que vocês queriam sei eu! Seus invejosos, que não podem ouvir falar em croissants! ;)