11/12/2008

No dia em que Ângelo Correia me arrancou da cadeira

Não foi ele que me levou a sentar, é certo. Nem pessoas. Foram ideologias, memórias de outros tempos e identificações. Mas foi ele que encerrou o 2.º dia do Congresso do PPD, como ele diz, em Guimarães e que me arrancou da cadeira, má por sinal, daquele multiusos.
O Congresso do PPD-PSD, como Santana faz questão de dizer, um partido, que para além de substantivo é O adjectivo.
O partido literalmente partido.
A quem não foi, não seguiu e tem bem mais que fazer, porque há coisas muito mais importantes que estas merdas das identificações, das políticas e o verão até começou e o sol chama por nós, só posso dizer que gostei do que vi e de quem vi. Mas principalmente e porque de facto é isso que conta, gostei de quase tudo o que ouvi. Nomeadamente daqueles anónimos e sem nada esperar em troca, que souberam dar a cara mesmo depois das valentes estaladas que o partido lhes soube dar. Depois de terem cumprido, bem ou mal mas cumpriram, aquilo que lhes pediram, foi só isso que o partido soube fazer.
E fizeram. Muito ou pouco, bem ou mal. Se calhar melhor não sabiam e muito menos podiam, mas foram carne para canhão, porque a coisa prometia, o partido, esse malfadado partido, fez questão de deixar na borda do prato. Pessoas que a gente vê como uma chiclete, que se prova, mastiga e deita fora, sem demora. Nem obrigado, desculpe qualquer coisa, nem palmadinhas nas costas.
O partido... Qual fénix que queimada renascia das próprias cinzas, no discurso de Ângelo Correia. E ele fez questão de lembrar também isso. Ainda que por outras palavras, o sentido é mesmo esse: passar a ser somente substantivo. E uma pessoa tem fé. Cada vez menos, mas tem fé.
(Guimarães, Junho de 2008)
Ah, tenham vergonha e não façam fins-de-semana prolongados, senhores deputados.

2 comentários:

filipe m. disse...

Ah, tenham vergonha e não façam fins-de-semana prolongados, senhores deputados.

Opá, mas é desumano não os fazer! Afinal de contas os coitados passam ali os dias inteiros, fechados, a "dar o litro", até são moralmente forçados a ir a jantares de beneficiência e tudo - que todos sabemos serem um frete incrível para os quais ninguém merece ser convidado - e depois não têm sequer o direito a meter um diazinho de férias? Vamos lá ser razoáveis!

*suspiro...*

Patricia Lousinha disse...

O problema é que ouvi dizer que havia ratos e aquela bicharada terrível, tipo bichos da madeira e afins...