12/04/2008

Viagem

Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...

Não ser eremita e ter a vantagem suprema de viver em sociedade, apesar de muitas vezes a vontade teimar em puxar na corrente contrária, tem destas coisas. Ouvir. Escutar quem nos rodeia. 

Muitas coisas, eu ia dizer escutadas mas não faria qualquer sentido porque o verbo já teve melhores dias, portanto, muitas coisas que se ouve são más, dão-nos vontade de partir tudo e todos, outras nem tanto. 
E depois há todas as outras, as sublimes.
Aquelas em que as pessoas, o ser humano que nos rodeia, nos confidencia bocados de si tal e qual como o fazem ao Sr. Padre da aldeia, e nos mostram sem imaginarem que o fazem, não admiráveis mundos novos porque esse já Huxley o fez e todos eram ilusoriamente felizes, mas que nos mostram que vale sempre a pena. Tudo. Partir e começar de novo. 
"...Em qualquer aventura, o que importa é partir, não é chegar."
E sim, eu gosto destes momentos sublimes.

5 comentários:

m.camilo disse...

Nos tempos que correm, estes conceitos, poéticos ou nem por isso, estão pesadamente alterados.
Não te parece?
Estar só, hoje em dia, é desligar... na verdadeira acepção da palavra.

Anónimo disse...

"Ouvir. Escutar quem nos rodeia."

E tu sabes!

Patricia Lousinha disse...

Eu quero acreditar, Camilo, que estes conceitos estão, só, adormecidos.
Obrigada, Binha. Não sei se sei. Só sei que faço por isso. :)

filipe m. disse...

More food for thought...

Patricia Lousinha disse...

Ainda bem que assim pensas, Filipe. :)