A todos os Dantas que há. Por aqui. Por aí. E por ali. Pim.
“…uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos... e só pode parir abaixo do zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!”
"Morra o Dantas, morra! PIM!
Uma geração com um Dantas a cavalo é um burro impotente!
Uma geração com um Dantas à proa é uma canoa em seco!
O Dantas é um cigano!
O Dantas é meio cigano!
O Dantas saberá gramática, saberá sintaxe, saberá medicina, saberá fazer ceias para cardeais, saberá tudo menos escrever que é a única coisa que ele faz!
O Dantas pesca tanto de poesia que até faz sonetos com ligas de duquesas!
O Dantas é um habilidoso!"
Para que conste, Almada Negreiros, José Sobral de Almada Negreiros foi um artista multidisciplinar. Um pintor. Um escritor. Um poeta. Um ensaísta. Um dramaturgo. Um romancista português.
Foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu.
Viva a Engomandeira, novela, uma das obras-primas literárias de Almada.
Nem tudo é mau. Viva também a maviosidade. A genuína, sem mais.
3 comentários:
Caríssima, nunca houve tantos Dantas como agora. Mas ainda há Negreiros(as) que resistem...
Cumprimentos, Gonçalo AC.
Lembro-me lindamente de ouvir isto em pequena. Ficava muito impressionada com os pims e com o "Dantas cheira mal da boca". O resto eu não percebia.
Agora percebo e custa-me ver que o cenário não mudou muito.
"(...)Hei-de reconstruir em ti a escravatura negra!
Hei-de despir-te a pele a pouco e pouco
e depois na carne-viva deitar fel,
e depois na carne-viva semear vidros,
semear gumes,
lumes,
e tiros.
Hei-de gozar em ti as poses diabólicas
dos teatrais venenos trágicos do persa Zoroastro! (...)" - também é Almada, 'no seu melhor', juntamente com os desenhos a lápis que se desvanecem com o tempo...
A Cena do Ódio!
Começa com um grito imparável - "Ergo-Me Pederasta apupado d'imbecis,
Divinizo-Me Meretriz, ex-líbris do Pecado,
e odeio tudo o que não Me é por Me rirem o Eu!
Satanizo-Me Tara na Vara de Moisés!
O castigo das serpentes é-Me riso nos dentes,
Inferno a arder o Meu Cantar! (...)"
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